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quinta-feira, 1 de março de 2012

Octávio Nassur

Pra quem gosta de hip hop também vai gostar desta informação: Octávio Nassur fará parte não só da banca de jurados do gênero Danças Urbanas, como também será um dos professores de cursos do 30º Festival de Dança de Joinville.


Não sabe quem é Octávio Nassur?
Octávio Nassur
 Dançarino paranaense, Nassur, é considerado um dos quatro melhores do mundo nesta categoria. Já conquistou fama internacional e está no Guinnes Book.
Segundo ele, o Hip Hop é muito procurado pelos alunos. “Trabalhamos a cultura do movimento junto ao desenvolvimento corporal, por meio da linguagem musical”. O coreógrafo é responsável pela introdução da dança em colégios e escolas na capital paranaense.
Nassur conversou com a equipe do Portal ORM.

Confira abaixo a entrevista.

Portal ORM – Como você se define?

Octávio Nassur – Eu me defino uma pessoa altamente feliz, porque a gente conhece muitas pessoas que passam uma vida acumulando riquezas e acabam não tendo felicidade nas suas profissões. Eu consigo ter diariamente o prazer de me acordar, me vestir e fazer o que eu gosto. Posso dizer que sou uma pessoa bem feliz!

Portal ORM – Como surgiu o interesse pela dança?

Octávio Nassur – Nossa, essa é uma história bem curiosa. Eu tinha 13 anos e fazia musculação numa academia quando eu vi uma menina, que devia ter uns 10 na época, entrando numa sala de ginástica aeróbica aí... foi aquela paixão arrebatadora na minha vida.

Eu ficava olhando a menina que malhava dentro de uma sala de aula. O pai dela a levava e a buscava na porta todos os dias. Então eu pensei: “Vou ter que fazer aula de aeróbica”.

Entrei para a turma, eu era o único homem, devia ter umas 30 mulheres. Só que eu tive a sorte do professor Rony Ferreira (técnico da seleção brasileira de ginástica olímpica), que é o meu professor até hoje, descobrir que eu tinha o lado rítmico bem desenvolvido. Por ser homem, ele me pegou para treinar muito cedo. Resultado: nunca fiquei sabendo o nome da menina e continuei na ginástica aeróbica.

Com 15 anos comecei a dar aulas, com 16 já competia e com 17 comecei a fazer arbitragem internacional. E foi num evento na Espanha que eu conheci o Hip Hop e me apaixonei, saí um pouco da área fitness da ginástica e mergulhei na dança.

Portal ORM – Me fale como foi a experiência de lecionar 27 aulas de Street Dance em 27 horas e entrar para o Guiness Book? Houve um preparo físico? Foi muito cansativo?

Octávio Nassur – A idéia surgiu a partir de uma companhia de dança, formada por 30 mulheres, que já existe há 10 anos em Curitiba. Nesse grupo, estudamos em paralelo a dança, o funcionamento do sistema nervoso central. Trabalhamos o desenvolvimento de inteligência vinculado ao desenvolvimento motor.

Na verdade, eu sempre bati o pé dizendo que você não precisa de tanto tempo parado em repouso para o teu corpo se recuperar, desde que tua mente consiga fazer com que teu corpo acredite que você está descansado. E a idéia surgiu dessa brincadeira de instigá-las.

Eu falei “vou fazer 27 horas de aula e elas vão comigo”. As aulas duravam 55 minutos e trocava-se a turma. Isso aconteceu durante o Festival de Dança de Joinville. Eram mais ou menos 300 a 400 pessoas por turma. E nesse intervalo de 5 minutos os médicos monitoravam minha pressão arterial e organismo. Mas não tive preparação, justamente para que as pessoas pudessem entender que com concentração se consegue recuperação física mais rápida. Foi uma brincadeira que deu certo.

Portal ORM – De onde veio a idéia de inserir a dança nas escolas?

Octávio Nassur – Eu desenvolvi um projeto chamando “Educando pela Dança e Crescendo com Saúde”. Eu tenho formação em educação física e sempre achei muito precário o desenvolvimento e a inserção da educação física dentro da arte-educação.

Hoje, a educação física é muito voltada ao esporte, com pouco foco a outro desenvolvimento além da coordenação motora vinculada a bola. Então, não existe a educação do lado físico, existe uma atividade esportiva. Com a dança percebemos que o desenvolvimento era muito mais rápido, muito mais eficaz e muito mais eterno. Conseguimos inserir na educação física algo realmente educativo.

Eu peguei os princípios de alguns esportes e os desenvolvi dentro da dança. Foi um trabalho de sete anos dentro de uma grande escola de Curitiba onde envolvemos médicos, psicólogos e psiquiatras. A partir disso, foi feito um estudo e constatado o melhor desenvolvimento das crianças.

Em seguida, apresentamos o projeto na Secretaria de Educação do Estado, que adotou o modelo nas várias escolas do Paraná. Atualmente, eu trabalho capacitando professores para que eles possam trabalhar nas escolas com arte- educação através da dança.
Portal ORM – Quais os movimentos que se destacam no Hip Hop brasileiro?

Octávio Nassur – Eu penso que todos os movimentos andam muito em paralelo. No Brasil, o Hip Hop veio do Jazz. Porque no momento em que o estilo começou a participar de festivais, quem migrou para a modalidade foram os dançarinos de Jazz, que já tinham um pouco desse feeling Black. Tanto que dentro das várias técnicas do Hip Hop (o rock, o pop, o house e pop rock) existia o chamado Street Jazz, que no Brasil é o mais forte. Eu acredito que a dança é o elemento que mais destaca.
Confira a entrevista para o Portal ORM na Íntegra Aqui

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